segunda-feira, 19 de junho de 2017

Instalação do Linux

Neste artigo vou mostrar como instalar uma distribuição Linux. Devido à vasta variedade de distribuições não cabe neste post mostrar todas elas, mas vamos nos limitar a duas: a Mint, por ser a mais utilizada e mais amigável (na minha opinião), e a Debian, por ser uma distribuição que derivou muitas outras distros, além de muito usada também em servidores. Vou buscar focar nos pontos principais e mais complicados para o usuário não técnico. Você pode até usar um live-cd, ou seja, uma distribuição que não precisa ser instalada, que roda direto do CD. Mas isso prejudica o desempenho, pois o drive de CD/DVD é bem mais lento do que o disco rígido. Outro ponto é que todas as alterações e atualizações que você fizer no live-cd serão perdidas quando a máquina for reiniciada. Portanto, o live-cd deve ser usado como demonstração, manutenção e testes. Porém, a maioria das distribuições hoje possuem live-cd.

Como este artigo é voltado para quem está começando a mexer com Linux, suponho que você tenha um Windows instalado na máquina e não vai querer perder esse sistema. Você está acostumado com ele e, até que ganhe confiança no Linux, vai precisar usar o Windows de vêz em quando. Por isso, vamos instalar o Linux em “dual-boot”, ou seja, em um outro espaço no disco do computador de forma que você tenha os dois sistemas, Linux e Windows, rodando na mesma máquina. Ao ligar o computador, um menu de opções irá aparecer perguntando qual sistema você vai querer usar.

Antes de começar

Antes de instalar o sistema Linux é necessário preparar o Windows (mais precisamente o disco rígido e seus arquivos) para receber o novo sistema. Precisamos apagar os arquivos desnecessários de forma que você tenha pelo menos 20Gb de espaço livre no disco. Depois precisamos desfragmentar o disco, o que organiza os arquivos. Depois, como estamos falando de uma instalação de outro sistema operacional e, consequentemente, mudanças no disco, é aconselhável fazer uma cópia dos teus dados, um backup. Embora a perda de dados seja rara neste processo, é melhor prevenir do que remediar.

É necessário baixar o arquivo .iso da tua distribuição favorita e gravar o CD/DVD. Aqui, vou usar o Mint. E porque Mint? Porque, segundo o Distrowatch, é a distribuição Linux mais usada atualmente. Mas não se preocupe se quiser usar outra distribuição; o processo de instalação é semelhante, com poucas mudanças, e a única parte, digamos, difícil, é o particionamento do disco, pois isso, se for feito sem a devida atenção, pode causar perda de dados. Também suponho que você já tem o Windows instalado e não vai querer perdê-lo. Logo, vamos instalar o Linux junto com o Windows, num processo de Dual Boot

Antes de tudo, precisamos organizar os arquivos do Windows. Clique no “Botão Iniciar” e escolha “Todos os aplicativos”.


Agora vá em “Ferramentas Administrativas” e clique em “Limpeza de Disco”.


Na tela que aparece, selecione todo os itens e clique em “OK”.


Clique em “Excluir arquivos”. Esses arquivos são temporários e podem ser excluídos sem problemas. Isso vai liberar espaço no teu disco. 



Precisamos ter certeza de que temos pelo menos 20Gb de espaço livro no disco. No Windows, abra o Gerenciador de Arquivos, clique “Este Computador” e veja o espaço livre. Caso não tenha será necessário apagar arquivos ou desinstalar alguns programas, e só você poderá saber quais arquivos e programas poderão ser excluídos.

Agora que temos pelo menos 20Gb de espaço livre no disco, é altamente recomendável desfragmentar os arquivos. No processo de desfragmentação os arquivos são organizados de forma a deixar o máximo de espaço livre contínuo no disco. Para fazer isso, no Gerenciados de Arquivos, clique com o botão direito em “Disco local” e depois clique em “Propriedades”.


Na tela que abriu, clique na aba “Ferramentas” e depois clique em “Otimizar”.


Na próxima janela, selecione a unidade “C” e clique em “Otimizar”. 


Agora, grave o CD/DVD da tua distribuição. No site www.distrowatch.com você pode encontrar o link para o download de várias distribuição. No meu caso, como já informei, baixei o Mint. Coloque o CD/DVD no drive e reinicia o equipamento. Lembrando que o computador deve dar o boot pelo CD/DVD. A tela abaixo deverá aparecer. Caso não apareça, verifique se o micro iniciou pelo CD/DVD, e não pelo HD. Verifique também que o imagem .iso foi gravada corretamente e se o arquivo não estava corrompido.


Após o processo de boot, a tela abaixo do Mint irá aparecer. Você pode testar a distribuição sem precisar instalá-la, mas o desempenho não será o mesmo. Para começar o processo de instalação, dê um duplo clique no ícone “Install Linux Mint”


Escolha a linguagem e clique em “Continuar”.


Clique em “Continuar”.



A próxima tela é a mais perigosa, pois envolve o particionamento do disco. Vamos redimensionar a partição Windows para que sobre espaço para o Linux ser instalado. Se você está acostumado a instalar programas usando “Avançar”, “Avançar” e “Concluir” eu sinto em te informar que você vai perder seus arquivos (aliás, se você está lendo este livro é porque você quer aprender). Então, escolha a última opção, “Opção avançada” e clique em “Continuar”.


Na próxima tela são mostradas as partições usadas pelo Windows. Por padrão, o Windows 7, 8 e 10 fazem duas partições que você pode ver aqui como /dev/sda1 e /dev/sda2. A /dev/sda2 é onde se encontra o drive “C” do Windows e é esta partição que precisamos redimensionar. Para fazer isso, selecione a partição e clique em “Change...”.


O Linux precisa de pelo menos 20Gb (20000 MB) para poder trabalhar. Portanto, no nosso exemplo, a partição Windows cotinha 63Gb e deixei-a com 40Gb. Entre com o tamanho da partição e clique em “Ok”. 


Clique em “Continuar”.


Repare que agora temos um espaço livre no disco. Selecione-o e clique em “+”.


Vamos deixar um espaço para a memória virtual, também chamada de SWAP. Veja quanta mamória RAM o que equipamento tem. Eu sugiro que a soma da memória RAM com a SWAP seja de pelo menos 4Gb. No nosso caso, eu deixei 22000 MB (22 Gb) para a partição raiz (“/”). Selecione “Lógica” e “Início deste espaço”. Em “Usar como” selecione “Sistema de arquivos com journaling Ext4”. Em “Ponto de montagem” escolha “/”. Há vários outras partições que poderiam ser criadas, como a “/home”, mas eu prefiro simplificar esse processo neste momento. Quando você estiver mais familiarizado com o Linux você poderá personalizar a tua instalação. Agora clique em “Ok”. 


Agora temo uma outra área livre, que no nosso caso contém 1900 MB. Selecione essa área e clique em “+”.


Em “Usar como” escolha “Área de troca (swap)” e clique em “Ok”.


Agora temos uma partição swap. Clique em “Instalar agora”.


Clique em “Continuar”. Agora o Linux realmente  vai gravar as mudanças no disco,  redimensionar e formatar as partições.


Agora escolha a cidade onde você está para que a sistema carregue o fuso horário correto. Clique em “Continuar”.


Escolha, na janela da esquerda, o layout do teu teclado. Provavelmente deve ser “Português (Brasil)”. Do lado direito, escolha “Português (Brasil)”. Teste a configuração do teu teclado no espaço em branco logo abaixo. Se estiver ok, clique em “Continuar”. 


Agora você deve configurar o teu usuário, senha, e o nome da máquina. Se quiser, pode também criptografar os teus arquivos, ou permitir o login automático. Após, clique em “Concluir”. 


Pronto! O Linux Mint está instalado. Basta clicar em “Reiniciar agora”. 


Quando o computador ligar, a tela abaixo irá aparecer. Nela você pode escolher a última opção se quiser carregar o Windows. O Linux será carregado automaticamente em 5 segundo se nenhuma opção for escolhida.


Na tela de login, digite o teu usuário e clique em “Ok”.


Após digitar a senha a tela abaixo vai aparecer. Você já pode explorar o teu Linux!

terça-feira, 13 de junho de 2017

O que é distribuição Linux?

Uma distribuição Linux é um conjunto de programas distribuído junto com o Linux e que tem um objetivo e um público específico. Geralmente são disponibilizadas via CD ou DVD, mas também podem vir em qualquer tipo de midia.

Há distribuições voltadas para as mais variadas tarefas, entre elas posso citar:
  • Uso em desktop
  • Uso em servidores
  • Segurança
  • Multimidia
  • Dispositivos móveis
  • Dispositivos embarcados
  • Desenvolvimento
  • Jogos
  • Qualquer atividade e público específico

O site http://distrowatch.com contém uma relação das principais distribuições Linux no mundo com uma breve explicação sobre a distribuição, seu foco, endereço do site, desenvolvedores responsáveis e link para download. Também mantém um rank das distros mais usadas. Descrevo abaixo as principais

Android

  
É a distribuição voltada para dispositivos móveis mantida pela Google. Pode ser instalada em alguns equipamentos Desktop.

Antergos


Essa distribuição espanhola é derivada do Arch Linux e é voltada para Desktop. Possui vários ambientes gráficos como Cinnamon, Gnome, KDE, Mate, Openbox e XFCE.

Arch


O Arch é uma distribuição não derivada, ou seja, ela não é baseada em nenhuma outra distribuição. É voltada para profissionais que já possuem um bom conhecimendo em Linux.

CentOS


Muita usada também em servidores, o CentOS é a principal distribuição derivada do Red Hat usada em desktop. Para muitos, é um laboratório deste. As atualizações da Red Hat chegam primeiro no CentOS.

Chakra



Essa distribuição também é derivada do Arch Linux e costuma ser bem amigável com os usuários iniciantes no Linux.

ClearOS



Essa distribuição é para uso corporativo. Ela é voltada para administração de recursos de rede, como e-mail, antispam, firewall, filtro de conteúdo, etc. Com ela você pode facilmente administrar tua rede de computadores sem ter muito conhecimento técnico. 

Debian



Esta distribuição tem foco em servidores, mas também é muito usada em Desktops. Ela é uma das poucas que é 100% livre, não possuindo nenhum programa proprietário, como Flash ou Adobe Reader. Mas esses aplicativos podem ser instalados posteriormente. Várias distriubições, como Mint e Ubuntu, são derivadas da Debian.

Deepin


Também derivada da Debian, Deepin é uma distribuição chinesa que possui um ambiente gráfico próprio, o Deepin Desktop Environment – DDE, que é muito bonito e amigável.

Elementary



É derivado do Ubuntu e possui uma interface personalizada muito amigável chamado Pantheon.

Fedora



Derivado do Red Hat, assim como o CentOS, é muito usada tanto em servidores como em desktops.

Gentoo




Esta distribuição é muito usada por quem já tem um bom conhecimento técnico em Linux, mas nada impede que um usuário comum a use.

Kali



Esta distribuição é derivada do Back Track e é voltada para segurança e análise forense.

Knoppix


Foi a primeira grande distribuição a rodar diretamente do CD sem a necessidade de instalar o sistema. Usado para manutenção e demonstração, o Knoppix inspirou várias outras distribuições a adotarem do conceito de live-cd.

Kubuntu



Basicamente o Kubuntu é um Ubuntu com interface gráfica KDE.

Lite



Essa distribuição me impressionou pelo lindo visual, pela facilidade de uso e pelos assistententes simples e eficientes. Vale à pena dar uma conferida.

Mageia



Essa distribuição é derivada do Mandriva, que por sua vêz surgiu da união entre a brasileira Conectiva e a francesa Mandrake; ambas são derivadas da Red Hat. 

Manjaro


O Manjaro é derivado do Arch. Possui um ambiente muito bonito e amigável.

Mint



O Mint nasceu quando a Canonical mudou o ambiente gráfico do Ubuntu de Gnome para Unity. Muitos usuários não gostaram do ambiente e um grupo de voluntários criou o Mint. Hoje ele é o Linux para Desktop mais utilizado no mundo. Já o Ubuntun, que era o líder, passou para quarto lugar.

OpenMandriva


Quando o grupo que cuidava do Mandriva começou a ter alguns problemas e a distribuição ficou um pouco abandonada, um grupo de entusiastas criou o OpenMancriva.

Opensuse


A Suse foi comprada pela Novell, que por sua vêz foi comprada pela Microsoft. Logo, a Suse é a distribuição mais usada por quem trabalha com a plataforma Windows. E o Opensuse é uma derivação da Suse.

PCLinuxOS


Muito usada nos Estados Unidos, a PCLinuxOS tem muitos admiradores pelo mundo, mas não é muito conhecida aqui no Brasil.

Puppy


Essa distribuição é voltada para equipamentos antigos, ultrapassados, que possuem poucos recursos. Ela é leve e pode dar vida para aquele seu velho comptador que está guardado no porão. 

Red Hat


Talvêz a distribuição mais usado em servidores, a Red Hat é mantida por uma das maiores empresas de TI do mundo. Não é comum ver Red Hat em desktop. 

Sabayan



É baseado em Gentoo é tende a ser muito amigável e fácil de usar.

Slackware


É a distribuição mais antiga ainda em vigor. Várias outras distros derivam dela. É conhecida por não ter quase nenhum assistente. Ou seja, é um Linux para quem quer conhecer Linux a fundo. 

SteamOS


É a distribuição da Valve voltado para jogos e derivada da Debian. Ela já contém bibliotecas e módulos que melhoram o desempenho dos games. Vários jogos e aplicativos da Valve podem ser instalados através de um aplicativos que já vem com a distribuição.

Tails


É voltada para navegação anônima na internet.

Ubuntu


A distribuição mais famosa do mundo, mantida pela Canonical. Muitos dos seus usuários migraram para o Mint depois que a empresa decidiu mudar a interface gráfica para Unity.

Xubuntu


Um Ubuntu mantido pela comunidade e voltado para desktops mais modestos.

Zorin


É uma distribuição baseada no Ubuntu e tem como objetivo trazer ao usuário um ambiente mais parecido com o Windows. É fácil de usar e é ideal para quem está querendo migrar do Windows para Linux.

Qual a melhor dsitribuição?

Perguntar qual a melhor distribuição Linux é como perguntar qual o melhor time de futebol do Brasil. Cada um vai gostar do seu. O ideal é que você teste várias distros, experimente, analise, veja as vantagens e desvantagens de cada uma e escolha a que melhor se encaixar ao teu gosto. E depois de definir a tua distribuição, aprofunde-se nela, conheça-a a fundo e, se possível, colabore com ela. E não seja fanático! Não seja um fundamentalista! A tua distro pode não ser a melhor para outra pessoa. Lembre-se de que todas elas são Linux e, por isso mesmo, se encaixam nos mais variados gostos e necessidades. Essa é a liberdade que só o software livre pode oferecer!