A terceira e última fase para alocação dos poucos endereços IPv4 ainda disponíveis na América Latina e Caribe, conforme definido na política regional de esgotamento do protocolo,
já começou. Desde ontem, alocações ou designações de recursos IPv4 para
organizações que já tiverem recursos IPv4 alocados ou designados pelo
LACNIC ou por entidades responsáveis por registros nacionais como o
NIC.br (Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR) não serão mais
realizadas . Significa que essas empresas não podem mais solicitar
alocações adicionais.
O objetivo é garantir que empresas que
estejam entrando no mercado agora, e necessitem endereços IPv4 para
iniciarem seus serviços na Internet, ainda possam receber uma quantidade
mínima deles (1024). Há serviços pensados na sua implementação somente
em IPv4, assim como existem equipamentos mais baratos, usados por
pequenos provedores Internet ou empresas privadas, sem suporte IPv6.
Nesses casos, a solução é usar IPV4 ou implementar, quando possível
tecnicamente, um mecanismo de tradução (um NAT).
"Empresas
entrantes que, justificadamente, demonstrem a necessidade de uso de
endereços IPv4, devem se dirigir ao Registro.br, que fará a análise
dessa necessidade de acordo com as regras para alocação em vigor desde
2014", explica Ricardo Patara, gerente de Recursos de Numeração do
NIC.br.
Na América Latina existem ainda 4,7 milhões de endereços IPv4 que serão distribuídos somente para novos solicitantes.
É
importante destacar que esse momento já vinha sendo anunciado e
esperado há bastante tempo, mas não deixa de ser um marco importante.
O
estoque de endereços IP é um recurso finito, limitado a quatro bilhões
de endereços na versão 4, e o crescimento de usuários e serviços na
Internet implicou naturalmente em um consumo mais rápido desses
recursos, mesmo com todas as medidas técnicas paliativas adotadas desde
1996. A solução para o contínuo crescimento da rede é o uso do protocolo
IP na versão 6 (IPv6), que tem um enorme espaço de endereçamento, de
tamanho adequado para atender por muito tempo as necessidades futuras da
Internet.
"Mesmo aqueles que receberem um endereço IPV4 agora, precisarão começar a fazer a transição para o IPv6", explica Patara.
Vale
lembrar que, hoje, as regras para alocação de IPv6 são mais acessíveis
que a de endereços IPv4. Se você já tem um endereço IPv4, basta
solicitar o endereço IPv6, por exemplo. A alocação será imediata. Não há
necessidade de fazer nada além do pedido.
Solicitações de
endereços IPv4 adicionais, aprovadas antes do esgotamento dos 4 milhões
de endereços disponíveis para este fim, podem ser atendidas até o início
de março, segundo Patara. Outras, ainda em análise, possivelmente não, a
menos que alguma das aprovadas aguardando documentação acabe sendo
devolvida.